quinta-feira, 4 de março de 2010

A carta que nunca escrevi


Cayman 




Não sou eu que escrevo, é esta dor que trago no peito que me matará se não fizer nada!
Há um ano que traíste aquela que estava no bom caminho de ser uma boa amizade!
Envolveste-te no último conflito que jamais te deverias ter envolvido, não sabias nem saberás nunca (a menos que venhas a passar pelo mesmo) o quanto foi doloroso passar por ele! Sabes por certo a que me estou a referir!
Fiquei à espera de uma boa explicação, o teu silêncio e ignorar-nos foi mais fácil!
Em desespero pensei fazer muita coisa. Procurar-te no emprego, ir falar com os teus pais ou agora ir fazer uma cena na porta agora da tua casa, mas o bom senso falou mais alto!
Porquê isto? Não nos conhecemos da melhor maneira, eu sei, havia no ar muito ressentimento mas tínhamos conversado, parecia estar tudo esclarecido. Porque tomaste partido de um lado da família quando deverias ter ficado num papel neutro?
Era o teu dever…
Nem quero pensar que o tenhas feito com propósito de impedires o convívio com o meu filho!
Não me conformo com esta situação!!
Tu ainda não és mãe mas quando o fores por certo irás perceber o que é a dor de ficarmos vedados de participar na vida dos filhos. Mas como filha, achavas bem que o ?? fizesse o mesmo com os teus pais? Não, o O ?? é bom demais, tão bom que chega a ser ingénuo.
Parece só tu conviveres bem com isto!
Os meus pais estão de rastos com a tua atitude, os meus sogros não entendem porque o ?? aparece sempre sozinho o próprio ?? sente-se mal! E tu sentes-te bem em alimentar este mau estar, achas que a tua relação com o meu filho vai continuar a correr bem com esta situação?
Parece-me que não!
Estamos no Natal, tempo de reflexão e da família, não seria a altura certa para tentarmos concertar o que está errado? Acho que é agora ou nunca e eu gostava de que fosse dada a cada uma de nós mais uma oportunidade de recuperarmos os nossos “papéis”. Não de nora/sogra, porque se não gosto de uma palavra menos gosto de outra, mas de amigas. Sem cumplicidade, porque isso só o tempo poderá recuperar, apenas para partilhar-mos, pelo menos, os mesmos espaços.
Achamos que controlamos sempre tudo nas nossas vidas mas o destino de repente prega-nos partidas e ninguém esta a salvo, mas oxalá nunca experimentes as coisas más que a vida a mim já me deu!
Se as minhas intenções não fossem as melhores e a felicidade do meu filho não estivesse a cima de tudo te garanto que não me prestaria a este papel, afinal sou eu que tenho razões para estar magoada e o meu filho até me visita, isso poderia me bastar para ser eu a não te querer ver, mas a tristeza de o ver chegar sozinho dói, dói muito.
Pensa nisto, pensa com muita força e se ainda assim achares que não vale o esforço tenho pena mas não vou desistir do meu filho.

22.12.2009

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