Amo-te
Na penumbra esfumada do entardecer
ante o silencio da minha voz estrangulada...
Amo-te,
Na ilusão amargurada e inconsciente,
em desafio a vida aniquilada...
Amo-te,
N pureza, em flor, a desabrochar
na asa de um sonho consciente...
Amo-te,
No cálice perfumado do amor
e na essência angustiante da saudade...
Amo-te,
Num véu de trevas a gelar
e no sabor amargo da infelicidade...
Amo-te,
Nas garras possantes da melancolia
e no delírio atroz da solidão...
Amo-te,
Por entre lágrimas e beijos
nas esferas ardentes da paixão...
Amo-te,
No estreitar de desespero
e na chama invisível do fracasso...
Amo-te,
Na vaga nublada do impossível
e no trajecto vazio do espaço...
Amo-te,
Na incónita que vagueia perdida
entre nuvens de loucura no meu ser...
Amo-te,
Nas rajadas frias do pensamento
até o meu sangue enlouquecer...
Amo-te, sim amo-te,
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